sábado, 7 de novembro de 2009

Gestão de Suprimentos

A gestão de suprimentos da área de saúde é de grande importância para o sucesso do principal objetivo: a cura do doente! Esse é um ponto que sempre sinalizo neste cenário. O resultado final na área de saúde não é apenas um produto, um serviço, um atendimento, onde a necessidade ou desejo do cliente está sendo atendida. É mais do isto, é a sua Saúde!

Neste sentido a área de suprimentos tem um papel fundamental: prover os recursos certos, na hora certa e na quantidade certa, sem esquecer a sustentabilidade financeira da Instituição, ponto este bastante discutido nos dias de hoje. Há uma grande oportunidade de redução de custo e melhoria da rentabilidade com uma gestão eficaz. Então qual seria a gestão de suprimentos ideal para esse resultado? Depende.

Depende de diversos fatores que um bom gestor deverá lançar mão de técnicas e habilidades para analisá-los. Seguem alguns deles, mas não todos. A cadeia de suprimentos é extensa e possui variáveis logísticas que tornam a discussão e resolução mais complexa.

O primeiro fator que deverá ser considerado como ponto inicial da busca de uma gestão eficaz é a Instituição, seus objetivos, missão, valores e a própria cultura organizacional. A instituição é pública ou privada? A Pública dispensa comentários, pois seu objetivo é claro na busca do atendimento aos anseios da sociedade no âmbito da Saúde. A privada dependerá da sua configuração societária, principalmente no que tange ao lucro ou superávit.

Outro fator que sucede a está análise é a seleção e padronização do insumo, produto ou suprimento propriamente dito, pois este ponto é fundamental para as análises e projeções de previsão de demanda e nível de estoque, principalmente. Uma padronização no cenário da saúde pública é bem diferente do cenário privado.

Seguido de uma seleção bem elaborada, nos deparamos com a gestão de compras. Esta muito importante devido à complexidade que envolve a gestão de fornecedores até as análises de rentabilidade dos produtos e procedimentos. Aqui nos deparamos com um setor ainda em desenvolvimento profissional na área de saúde, principalmente nas Instituições de saúde. Ao contrário da qualificação dos setores de compras e comercial, dos fornecedores. Dessa maneira, devemos buscar uma melhor qualificação desses profissionais, visto que, do outro lado, sempre estaremos negociando com profissionais preparados para buscar o melhor resultado nas relações comerciais.
Outro assunto polêmico nesta área é a gestão de OPMES. As variáveis comerciais, assistenciais e pessoais nesta área obrigam uma gestão muito bem elaborada.

Não menos importante é a gestão de estoque, ponto a ser dedicado na gestão de suprimentos. Incluirei nesta gestão o recebimento do produto, armazenamento e distribuição. Considerarei a dispensação – termo utilizado para atividade farmacêutica de distribuir medicamentos – uma discussão a parte, o Serviço de Farmácia. A indefinição da responsabilidade da gestão de estoque na área de saúde demonstra ainda que esta atividade deve ser profissionalizada no setor. Observa-se uma diversidade de áreas e profissionais sendo responsáveis pelos estoques nos hospitais, clínicas e empresas de saúde. Uma eficiente gestão de estoque permite a manutenção do nível de atendimento com qualidade e, principalmente, a saúde financeira da empresa.

Integrando todos esses pontos temos a logística, o conjunto de planejamento, operação e controle de fluxo de produtos e serviços internos e externos a Instituição. Normalmente divido esta análise em três cenários, porém todos integrados: logística interna, logística externa e a dispensação, este último característico da área de saúde.
Para a logística interna devemos observar a distribuição dos produtos e serviços dentro da empresa. Devemos avaliar os tempos e movimentos dos setores internos de maneira a reduzir o desperdício de tempo e material nas atividades.
A logística externa é a integração com os fornecedores, fundamental para garantir que a gestão de estoque seja eficaz. Precisamos avaliar junto aos fornecedores a logística que estão adotando, o tipo de malha logística utilizado, os tempos de entrega de pedidos, o “follow-up” dos pedidos, e a qualidade final do produto.
A dispensação, responsabilidade exclusiva do profissional farmacêutico, deve ter especial atenção. Neste ponto devemos garantir o medicamento (e no cenário atual inclui-se o material médico hospitalar) na hora certa, na quantidade certa e para o paciente certo. Essa logística é complexa visto que o caminho da legislação aponta para a rastreabilidade total dos produtos, o que trará aumento de custo e profissionais mais qualificados, e conseqüentemente segurança e qualidade ao processo. A dispensação é uma atividade do Serviço de Farmácia, este possui diversas outras atividades assistenciais que integram e dependem da dispensação.

Assim, a gestão de suprimentos deve ser tratada de maneira estratégica pela empresa. O volume financeiro desta gestão é grande e obriga um acompanhamento diário e com indicadores precisos!

Até o próximo post!